Futuro da matriz elétrica brasileira

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Maria Ludmilla Campos de Moraes
Érico Veras Marques
Jocildo Figueiredo Correia Neto

Resumo

A análise da Matriz Elétrica Brasileira (MEB) despertou o interesse acadêmico após a crise hídrica de 2001, quando o governo federal, a iniciativa privada e a sociedade foram obrigadas a buscar alternativas para solucionar o problema. Essa crise hídrica no fornecimento de energia elétrica no Brasil resultou da composição eminentemente hidráulica da MEB, sujeita às condições climáticas. Apesar de ser fortemente renovável, a MEB apresenta característica não sustentável, por não garantir o atendimento da demanda do país nos períodos de estiagem. Diante desse contexto, a presente pesquisa investigou como se configura o futuro da MEB na perspectiva de profissionais ligados a esse setor. Para tanto, utilizou-se o método misto, envolvendo tanto o uso de dados quantitativos quanto qualitativos. A coleta dos dados deu-se em duas etapas: inicialmente, um survey, utilizando um questionário estruturado, com profissionais que atuam no setor de energia, e, posteriormente, entrevistas semiestruturadas com questões abertas formuladas a especialistas do setor, considerados de “notório saber”. O tratamento dos dados foi realizado por meio de estatística descritiva e de análise de conteúdo. Concluiu-se que o Brasil, assim como o restante do mundo, tem o olhar voltado para a transição energética por se tratar de um momento desafiador para a humanidade. Também ficou claro que o mesmo contexto está direcionando a MEB para a implantação de parques eólicos offshore, a disseminação da fonte solar por geração distribuída e a produção de hidrogênio verde em larga escala. O estudo contribui com o setor elétrico brasileiro por apresentar uma análise da composição da MEB, bem como descrever os fatores que favorecem e dificultam a sua transformação em uma matriz elétrica sustentável do ponto de vista do fornecimento de energia.

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