A contribuição de Luiz Pinguelli Rosa ao Planejamento Energético no Brasil

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Emilio Lèbre La Rovere

Resumo

A trajetória de Pinguelli se confunde com o início e consolidação do Planejamento Energético como uma área do conhecimento no Brasil. Naturalmente, sua atuação foi muito além desse campo, incluindo uma participação ativa na vida política do país. Sua reflexão acadêmica se deu também em áreas como a física nuclear, a teoria do conhecimento e as mudanças climáticas, dentre outras. Inclusive participou dos estudos do IPCC, o painel de cientistas que sintetizam periodicamente o estado do conhecimento sobre mudanças climáticas, contribuindo para a obtenção do Prêmio Nobel da Paz do IPCC em 2007, em conjunto com Al Gore. Deixou um grande legado em seus trabalhos acadêmicos e diversos livros publicados, culminando com sua autobiografia, em que narra sua experiência e a sua perspectiva sobre os acontecimentos marcantes da história brasileira que vivenciou (Rosa, 2022). Com efeito, além dessa contribuição científica, Pinguelli não foi um simples expectador dos acontecimentos, mas militou ativamente na mobilização da comunidade científica em defesa da universidade e da pesquisa públicas, na crítica ao programa nuclear brasileiro, na resistência às privatizações e à globalização neoliberal. Teve cinco gestões como diretor da COPPE, foi secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e presidiu a Eletrobras, dentre outras atividades que o caracterizaram como um intelectual sempre engajado com as causas nacionais, verdadeiramente “orgânico”, no sentido gramsciano. Neste trabalho me limitarei a apresentar apenas algumas facetas específicas da contribuição de Pinguelli ao estudo do Planejamento Energético no país e à sua aplicação no debate das opções de política energética, a partir da minha perspectiva pessoal enquanto seu parceiro em inúmeras iniciativas ao longo de pouco mais de 40 anos, desde 1981.

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