Cálculo dos benefícios energéticos da geração distribuída solar fotovoltaica

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Guilherme Susteras
Alexandra Januário Susteras

Resumo

O mercado brasileiro de geração distribuída (GD) está crescendo a taxas aceleradas, especialmente desde 2016, quando novas regras foram introduzidas pela agência reguladora (ANEEL). Com a publicação da Lei 14.300/2022, caberá ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determinar diretrizes para que a ANEEL especifique o modelo tarifário a ser aplicado a partir de 2029, considerando o balanço adequado entre custos e benefícios da GD para toda a sociedade, especialmente para aqueles consumidores que não podem ou não querem instalar seu próprio sistema de geração. Entretanto, durante o debate para formular as novas regras, ficou evidente que existe uma falta de metodologias que adequadamente quantificam os benefícios da GD para o sistema brasileiro de energia. Este trabalho oferece uma metodologia que considera os impactos positivos da GD na redução do custo total de operação decorrentes da redução de necessidade de acionamento de usinas termoelétricas e da redução das perdas técnicas nas redes de transmissão e distribuição. A metodologia possui duas principais vantagens: foi concebida baseada nas condições reais do sistema brasileiro, evitando assim a necessidade de adaptar metodologias existentes para as características locais, e é baseada em informações púbicas, evitando assim potencial risco de assimetria de informação. A análise foca no caso de geração solar fotovoltaica, que representa mais de 97% da capacidade instalada de GD no Brasil. Como resultado, estimamos que para cada 1 MWh gerado por GD, o custo total do sistema foi reduzido em R$ 270 em 2019 e R$ 347 em 2020.

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