Impactos dos choques do petróleo sobre a economia brasileira (2002 - 2015)
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Resumo
O artigo analisa os efeitos dos choques de petróleo no comportamento das variáveis macroeconômicas da economia brasileira, tendo o período de 2002 a 2015 como referência e utilizando o modelo VECM. Os coeficientes de curto prazo sugerem que choques no preço do petróleo impactam negativamente, mesmo que em pequena magnitude, o PIB e a taxa de câmbio, contudo não exercem influência sobre inflação, juros, o agregado monetário M1 (soma do papel-moeda em poder do público e dos depósitos a vista) e taxa de desemprego. No longo prazo, os coeficientes de ajustamento mostram a interligação entre o mercado do petróleo, o mercado de emprego, variação da inflação, M1 e dos juros. Os vetores de cointegração indicam forte relação inversa do preço do petróleo e PIB, inflação e desemprego. As funções impulso-respostas mostram que inicialmente a inflação, PIB, juros, câmbio e M1 respondem negativamente a choques do petróleo, mas ao longo do tempo se recuperam e se estabilizam no longo prazo. O desemprego apresenta elevação inicial e depois cai, seguindo trajetória inversa ao PIB, como esperado. Desta forma, tais resultados mostram que o desenho das políticas no âmbito macroeconômico – políticas que busquem impulsionar o crescimento, política de combate ao desemprego, a política monetária e a política cambial – devem considerar efeitos decorrentes de elementos externos, como choques do petróleo, pois estes afetam a estrutura dos preços relativos e pode comprometer os objetivos de tais políticas.