Elasticidades da demanda residencial de eletricidade no Brasil: uma análise a partir de modelos espaciais

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Daniel Morais de Souza
Rogério Silva de Mattos
Eduardo Simões de Almeida

Resumo

Parte importante do planejamento da expansão do sistema elétrico depende de uma adequada compreensão do comportamento do consumidor residencial, dado que a classe residencial é a segunda que mais demanda energia elétrica no país. Segundo a literatura, os fatores que mais afetam o consumo residencial são a renda do consumidor e o preço da eletricidade. Contudo, recentes estudos indicaram que a demanda de eletricidade apresenta interação espacial, ou seja, a demanda de uma região pode influenciar e ser influenciada pela demanda de regiões vizinhas. Este artigo estima as elasticidades, principalmente as de preço e renda, da demanda residencial de eletricidade do Brasil levando em conta os possíveis transbordamentos espaciais. Para isso, nove modelos de dados em painel, em que seis deles consideram diferentes efeitos espaciais, são aqui propostos. O modelo que melhor se ajustou aos dados foi o SLX (que considera as variáveis explicativas defasadas espacialmente), estimado com a matriz de um vizinho mais próximo como ponderação espacial. As elasticidades preço e renda encontradas foram de -0,206 e 0,281 respectivamente, semelhantes às reportadas pela literatura. Destacam-se também o importante papel do número de unidades consumidoras e o efeito indireto das variáveis explicativas na demanda residencial de energia elétrica.

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