Os determinantes da oferta e da demanda de etanol nos estados Brasileiros

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Bruno Maciel von Randow
Rosa Maria Olivera Fontes
Leonardo Bornacki de Mattos
Eloy Alves Filho

Resumo

Nos últimos 30 anos observou-se um movimento mundial em busca do desenvolvimento de fontes de energia que pudessem reduzir a dependência dos derivados de petróleo. Por isto, os biocombustíveis, em especial o etanol, têm ganhado destaque no cenário energético mundial. No Brasil, após o PROÁLCOOL, e mais recentemente, os veículos bicombustíveis, o etanol tem consolidado sua posição de concorrente da gasolina no mercado de combustíveis para veículos leves. Este trabalho teve como objetivo estimar os determinantes da oferta e da demanda de etanol para os estados brasileiros no período de 2001 a 2008. Dado que, pela teoria econômica, preço e quantidade são determinados simultaneamente pelo equilíbrio das curvas de oferta e demanda, e visto que os dados referem-se a mais de um estado ao longo de 8 anos, o modelo foi estimado por meio de um painel simultâneo. Os resultados encontrados demonstraram que não há simultaneidade na determinação do preço e das quantidades demandadas e ofertadas (defasada em um período) de etanol no período. As estimativas indicaram que a demanda do etanol é preço-elástica. Confirmou-se a hipótese de que gasolina e etanol devem ser tratados como substitutos imperfeitos e que tratasse de um bem normal. Confirmou-se ainda a hipótese de diferenças nas elasticidades entre os estados não produtores e produtores de etanol. Dada a forte concentração da produção, a oferta foi estimada apenas para os 7 maiores produtores nacionais. Assim como a demanda, a oferta de etanol se mostrou preço-elástica no curto prazo, embora tenha sido preço-inelástica no longo prazo. Para os preços do açúcar e da cana-de-açúcar, e a oferta de etanol anidro, o sinal negativo encontrado foi o esperado pela teoria, sendo o etanol anidro o principal concorrente do etanol hidratado.

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